Mito. Essa crença equivocada ainda persiste no imaginário de muitas famílias brasileiras. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE Conecta revela que, pelo menos, 1 a cada cinco pais entrevistados acredita que as vacinas podem causar as doenças que deveriam prevenir1. Além disso, a porcentagem daqueles que têm dúvidas sobre este assunto também se mostra alta, chegando a 26% da média dos entrevistados.
Na verdade, as vacinas apresentam uma grande margem de segurança, porque são desenvolvidas a partir de vírus e bactérias inativados (mortos) ou atenuados (enfraquecidos). Antes de chegar aos postos de saúde e aos serviços privados de imunização, as vacinas passam por um rigoroso processo de análise por agências regulatórias de todo o mundo, inclusive a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atestam sua eficácia e segurança.

• As vacinas inativadas são produzidas com a utilização integral ou parcial do micro-organismo morto, por meio de diversas tecnologias de ponta, de modo que conseguem estimular o sistema imune a produzir células de defesa para esses microrganismos sem gerar a doença2. São exemplos desta categoria as vacinas contra as doenças pneumocócicas e meningocócicas, gripe, hepatite A e a poliomielite (injetável).
• As vacinas atenuadas utilizam técnicas aprimoradas para enfraquecer o micro-organismo causador da enfermidade. Assim, ele não consegue se multiplicar com facilidade, possibilitando o sistema imune aprender como se defender dele. De forma rara, o paciente pode apresentar reações semelhantes à das doenças, só que de maneira muito branda. A reação ocorre principalmente quando a pessoa imunizada possui alguma condição que compromete sua imunidade. Entre as vacinas atenuadas estão a de sarampo, catapora e febre amarela3.
Referências:
1. Pesquisa “Doenças infectocontagiosas nos dois primeiros anos de vida: mitos e temores dos pais”. IBOPE Conecta. 2018.
2. PINTO, Eduardo Fonseca. Vacinas: progressos e novos desafios para o controle de doenças imunopreveníveis. Acta biol. Colombiana., Vol. 16 n.º 3, 2011 197 – 212.
3. SCHATZMAYR, Hermann G. Nova perspectivas em vacinas virais. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro vol. 10 (suplemento 2):655-69, 2003.