Devido ao recente aumento de casos de sarampo, principalmente na região Norte do país, a doença volta a colocar em risco a saúde das crianças brasileiras. Desde 2016 o Brasil era considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um território livre de sarampo1. A partir de um surto na Venezuela, próximo à fronteira com o Brasil, esta enfermidade altamente contagiosa voltou a circular no território nacional2. Imunizar as crianças com a vacina tríplice viral é a melhor forma de combater esta ameaça. Além de prevenir o sarampo, ela oferece proteção também contra a caxumba e a rubéola.
Uma pesquisa do IBOPE Conecta3 mostra que a maioria dos pais conhece a tríplice viral. Inclusive, ela encabeça a lista das vacinas mais lembradas que demandam doses de reforço. Apesar disso, as taxas de imunização com a tríplice viral vêm caindo nos últimos anos, como revelam os dados do Ministério da Saúde.

A baixa cobertura facilita a disseminação do sarampo. Após entrar em Roraima, na região fronteiriça com a Venezuela, a doença também foi registrada em outras capitais, acometendo pessoas não vacinadas no Amazonas, Rondônia, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a administração da vacina tríplice viral aos 12 meses, seguida de uma dose de reforço aos 15 meses. Ela é uma vacina atenuada, ou seja, produzida com vírus enfraquecidos, que não conseguem gerar doença no organismo, porém ativam o sistema imunológico que passa a aprender a como se proteger.
As doenças
Conheça agora um pouco mais sobre cada enfermidade prevenida pela tríplice viral, a começar pelo sarampo, que acomete principalmente as crianças até cinco anos, em especial no final do inverno e início da primavera. O contágio ocorre quando a pessoa doente expele o vírus causador da doença, ao tossir, respirar ou falar. Provoca tosse seca, coriza, mal-estar, febre alta e manchas avermelhadas com pequenas bolhas que começam na cabeça e se espalham pelo tronco, pernas e braços4.
A caxumba tem como característica principal o inchaço das glândulas salivares, que ficam abaixo da mandíbula nas laterais do pescoço. Provoca dor de cabeça, febre e eventuais complicações como meningite viral e inflamação nos testículos ou nos ovários. É transmitida por meio do contato com a saliva da pessoa infectada pelo vírus causador da doença. Em geral, acomete crianças na idade escolar, manifestando-se de forma epidêmica em creches e escolas5.
Os sintomas iniciais da rubéola se confundem com os da gripe, provocando tosse, febre, secreção nasal e olhos lacrimejantes. Após três a cinco dias, surgem as lesões avermelhadas na face que se disseminam pelo tronco e pelos membros6. Causa também coceira e inchaço nos gânglios. A transmissão ocorre pela aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal da pessoa infectada. Crianças com rubéola devem ser afastadas de escolas e creches para não transmitir a doença a outras pessoas, principalmente para gestantes, já que a doença pode causar aborto e outras complicações no feto, tais como: má formação no cérebro, deficiência visual ou auditiva ou ainda, lesão no coração.
Referências:
1. Organização Panamericana de Saúde. Disponível em https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=56.... Acessado em julho/2018.
2. Ministério da Saúde. Nota informativa nº 57/2018-cgdt/devit/svs/ms. Informa sobre a situação do sarampo no Estado de Roraima.
3. Pesquisa “Doenças infectocontagiosas nos dois primeiros anos de vida: mitos e temores dos pais”. IBOPE Conecta. 2018.
4. BRASIL, 2007. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica.6. ed. Brasília, 2007.
5. ENGLEITNER F. e MOREIRA A.C. Incidência de rubeóla, caxumba e sarampo no município de Ijuí/RS entre os anos 1995 e 2007. Revista Contexto & Saúde, Ijuí, v. 7,n° 14, Jan./Jun. 2008 – v. 8, n° 15, Jul./Dez. 2008
6. SILVA, JOSENILSON ANTÔNIO e outros. Abordagem Diagnóstica das Doenças Exantemáticas na Infância. Rev Med Saude Brasilia 2012; 1(1):10‐9.