Crianças pequenas formam um dos grupos mais vulneráveis às doenças meningocócicas, que são causadas pela bactéria Neisseria meningitidis, ou meningococo. Entre essas enfermidades destaca-se a meningite, infecção que ataca as membranas (meninges) que envolvem o cérebro, a medula espinhal e outras regiões do sistema nervoso central.
A meningite meningocócica é muito preocupante porque pode progredir de forma rápida, apresentar mortalidade elevada e deixar sequelas importantes, como perda auditiva, alterações neurológicas irreversíveis e lesões cutâneas graves, que podem comprometer os membros. O meningococo pode penetrar na corrente sanguínea, provocando infecção generalizada, a meningococcemia1.

Os meningococos são classificados em sorogrupos com base em sua composição morfológica. Os principais sorogrupos são A, B, C, W e Y. A prevalência de cada um desses grupos varia de acordo com o país ou região geográfica. Também se modifica ao longo do tempo.
No Brasil, o sorogrupo prevalecente é o C. Entretanto, há regiões em que outros sorogrupos merecem atenção. Na região Sul, o sorogrupo B é responsável por metade dos casos de meningite, principalmente em crianças. Já o sorogrupo W é comum na América do Sul, em especial na Argentina sendo representativo também no Sul no Brasil1.
Prevenção
A meningite provocada por alguns sorogrupos do meningococo podem ser prevenidas por meio da vacinação. O Programa Nacional de Imunização (PNI) oferece gratuitamente para crianças até cinco anos a vacina meningocócica contra o sorogrupo C, que é administrada aos três e cinco meses, com reforços aos 12 meses. Adolescentes com 12 e 13 anos de idade também podem ter acesso a essa vacina nos postos de saúde.
Considerando a proteção individual, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomenda a vacinação não só para a meningite C como também para os demais sorogrupos. Assim a vacinação contra as meningites provocadas pelos sorogrupos A, C W, Y e B devem, sempre que possível, ser iniciadas nos primeiros meses de vida, com reforço aos 12 meses de idade. Crianças que não receberam essa vacina quando pequenos podem iniciar seu esquema vacinal a qualquer momento, seguindo a orientação do pediatra. Além disso, a SBP recomenda reforços da vacinação meningocócica aos 5 anos e aos 11 anos de idade.
Referências:
1. BEREZIN, E. Epidemiologia da Infecção Meningocócica. Doença Meningocócica Fascículo I. Sociedade Brasileira de Pediatria.
2. Boletim Epidemiológico, volume 47, n◦29, 2016 – Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde.
3. SBP. Calendário de Vacinação da SBP 2020. Documento Científico Departamento de Imunizações e Departamento de Infectologia (2019-2021). Nº 9, Agosto de 2018 Atualização Abril/2020. Acesso em: 30/09/2020. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22268g-DocCient-Calendario_Vacinacao_2020.pdf